Pratas da Casa: Flavio Reyes, o Juiz do TJ/AL que tem o “coração pantaneiro”

Por Redação.

Campo Grande/MS, 02 de agosto de 2024.

 

Inaugurando o nosso quadro “Pratas da Casa”, hoje iremos contar a emocionante história de Flavio Reyes, que é nascido e criado em Campo Grande/MS e como ele mesmo se intitula “de coração pantaneiro”, filho de mãe brasileira e pai equatoriano.

Sua trajetória no Direito começou em 2007, quando ingressou na UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Ainda no primeiro semestre, surgiu o desejo de ser juiz, mudando sua perspectiva sobre a graduação e tomando-a como base do seu conhecimento.

O sul-mato-grossense confessa que nunca se preocupou com as notas, mas com a leitura e aprendizado em si, desejando estar sempre à frente. Sendo assim, mesmo antes de ter aulas sobre determinada matéria, buscava ter o primeiro contato através dos livros.

Menciona que em 2008, já levava consigo o livro de Direito Constitucional de Gilmar Mendes, época em que teve seu primeiro contato com o mundo dos concursos: o concurso de estágio do Ministério Público Federal.

O Ministério Público Federal, em suas palavras, era a “menina dos olhos” dos alunos, pela remuneração, carga horária e estrutura. O jurista conta que não teve a aprovação na primeira tentativa, porém, no ano seguinte, foi aprovado em 3º lugar, dentre os 1000 candidatos.

Antes de concluir a faculdade, foi aprovado na OAB, tendo advogado por quase 3 anos, período em que o desejo de ser juiz estava adormecido.

Em 2015, o desejo acordou e Flavio retornou aos estudos para Magistratura.

A primeira prova foi justamente a do TJ/MS, em casa. Passou na primeira e segunda fase, porém, não chegou à prova oral.

Desde então, continuou sua caminhada, realizando diversas provas, em mais de 15 estados e várias reprovações.

No ano de 2018, foi aprovado para o cargo de Procurador do Município de Bauru/SP, função que exerceu por 5 anos, mas que não lhe trazia o sentimento de satisfação almejado, motivando-o a continuar estudando.

Flavio conta que sempre teve felicidade com as provas objetivas, o que lhe deu boas oportunidades de aprovação, tendo chegado à fase oral do Ministério Público do Ceará e ter alcançado uma das maiores notas na história das provas objetivas da magistratura paulista (91 de 100 pontos).

No ano de 2021, finalmente, foi aprovado no concurso do Tribunal de Justiça de Alagoas, tomando posse como Juiz de Direito em dezembro de 2023.

O Juiz exarou sua satisfação e gratidão no exercício do cargo tão almejado:

“Uma alegria para mim, para família e para os amigos.

Apesar do pouco tempo na magistratura, pude vivenciar momentos extraordinários. O primeiro processo que sentenciei tinha como parte um dos políticos mais influentes da república. Era quase como um “bem vindo à magistratura”, pois ali eu entendi que teria que lidar com todo e qualquer tipo de caso e situação, dos mais simples aos mais complexos, dos mais triviais aos mais delicados.

Mas também conheci presídios, visitei abrigos de crianças desamparadas, conversei com pessoas de todas as idades, celebrei casamentos (divorciei tantos outros…).

Conhecer o sertão alagoano é uma experiência de vida, de formação como pessoa e como magistrado. E como dizia Guimarães Rosa, “o sertão é o mundo!”, e nós nunca saberemos quais voltas esse mundo vai dar.”

Ainda acrescentou que:

“Mas nessas voltas, tive a certeza que o estudo e conhecimento são bens de valor inestimável, algo que ninguém terá o poder de lhe tirar.”

Flavio aguarda sua prova oral, a “última e derradeira prova de concurso”, mencionando que:

“O bom filho a casa torna. Minha primeira e também minha última prova será justamente o TJMS: o alfa e o ômega, o princípio e o fim. Se eu serei aprovado? Difícil dizer. Mas se o MS me quiser de volta, as malas estão prontas.”

Você conhece uma história assim? Escreve para gente! Será um prazer contar a história de mais um conterrâneo.

redacao@ograntista.com.br