Pratas da casa: “A vocação para a magistratura é uma vocação para servir”, assevera juíza Carla Mandetta

Por redação.
Campo Grande/MS, 30 de outubro de 2024.

Carla Mandetta, juíza criminal em Caruaru, Pernambuco, compartilha sua inspiradora trajetória desde os tempos de estudante na UNIDERP em Campo Grande/MS. Sua escolha pelo Direito não foi aleatória; a influência de seu irmão, Vicente, que já cursava a carreira, despertou seu interesse nas diversas oportunidades que ela oferece, como advocacia, magistratura e promotoria. “Na época, meu irmão já fazia Direito e conversávamos muito sobre o leque de oportunidades na carreira e com isso foi surgindo o interesse”, explica Carla.

Motivada pelo impacto social e pela justiça, Carla decidiu seguir a carreira de magistratura para atuar diretamente na resolução de conflitos e na promoção da justiça. “A atuação direta na resolução de conflitos e na promoção da justiça impacta diretamente a sociedade e protege o direito dos cidadãos”, afirma.
Ao ser aprovada no concurso de magistratura, Carla viveu um dos dias mais felizes de sua vida. “Foi a realização de um sonho”.
A preparação para o concurso não foi fácil e exigiu extrema dedicação. Carla estudava das 7h30 às 20h, de segunda a sexta, e aos sábados até as 16h. “Fui morar em São Paulo para fazer o cursinho preparatório e por lá permaneci alguns anos. Quase não tinha vida social, morava longe da família e perdi muitos momentos, como aniversários e bodas dos meus avós”, conta.
Carla também fala sobre o desafio de equilibrar estudos e vida pessoal. “A vida social era somente no sábado e domingo após os estudos. Sempre procurei me manter focada no estudo. Quando passava de fases, o foco era cada vez maior e a vida social cada vez mais reduzida”, revela.
Houve momentos em que pensou em desistir, mas a determinação falou mais alto. “A preparação é longa e os desafios são enormes. São inúmeras as reprovações, e às vezes por uma questão ou por décimos nas fases seguintes. Mas Deus me manteve firme no propósito e sempre perseverando, pois o sonho estava cada vez mais perto de se concretizar”, afirma.
Para aqueles que estão começando a se preparar para concursos, Carla oferece um conselho valioso: “A caminhada é longa, exige muita renúncia, mas vale muito a pena. Saber que a justiça foi feita em muitos casos não tem preço.”
Ela também destaca habilidades essenciais para quem deseja seguir a carreira de magistratura: “Conhecimento jurídico, devendo estar sempre atualizado sobre jurisprudência e doutrina; habilidade para análise e interpretação de documentos, provas, argumentos das partes; ser imparcial, mantendo-se neutro e objetivo, sem deixar que opiniões ou preferências pessoais influenciem o julgamento; agir com ética e integridade por ser autoridade pública, devendo demonstrar respeito à moralidade e compromisso com a justiça; ser claro e objetivo na redação das sentenças e na condução de audiências.”
Sobre como lidar com a pressão e o estresse, Carla recomenda: “Planejamento e organização dos estudos; estabelecer algumas pausas e intervalos quando mudar a matéria estudada ou finalizar um capítulo, e fazer atividade física regular.”
Suas expectativas para a carreira na magistratura são positivas e carregadas de um profundo desejo de transformação. “Quero maior eficiência, transparência e proximidade entre o Judiciário e a população. A postura dos juízes deve ser mais acessível e transparente, com fundamentação clara e linguagem simples para que o público compreenda.”
Para os estudantes de Direito que sonham em se tornar magistrados, Carla deixa uma mensagem clara: “O caminho é marcado por desafios que exigem dedicação, resiliência e comprometimento com a justiça e com a sociedade. A carreira oferece não só uma posição de responsabilidade, mas também a oportunidade de impactar diretamente a vida das pessoas e contribuir para a construção de uma sociedade justa. Ser juíza é muito mais do que aplicar leis; é compreender as particularidades de cada caso. É um trabalho que exige empatia, equilíbrio e ética. O aprendizado é contínuo, se amoldando às mudanças da sociedade e das normas.”

Ela conclui com um apelo à perseverança: “Aqueles que sonham com a carreira devem estar dispostos a se preparar intensamente, técnica e emocionalmente. Persistam nos estudos e na busca por conhecimento. A vocação para a magistratura é uma vocação para servir. Persistam nos estudos e na busca por conhecimento.”