Operação Successione e suas ilegalidades

GAECO deflagrou operação que faz alusão à disputa pela sucessão do controle do “jogo do bicho”

Por: Angélica Colman

Em entrevista ao site O Garantista, o advogado Cezar Lopes falou sobre as ilegalidades que foram cometidas pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) na Operação Successione, deflagrada no dia 5 de dezembro.

Segundo Cezar, uma das ilegalidades cometidas pelo GAECO, foi a omissão da existência de um inquérito policial realizado pela DERF a respeito dos supostos roubos praticados pelos acusados que estão presos temporariamente.

“Nós falamos que foi ocultado, já que eles tinham a plena consciência, e sabiam da existência do inquérito que demonstrava que os roubos nunca existiram”, explica.

Para Cezar essa ação foi realizada para induzir o juiz de primeiro grau a autorizar a decretação da prisão temporária, bem como as demais cautelares principalmente a de busca e apreensão.

Outra ilegalidade, segundo a defesa, é que o GAECO fez uma investigação paralela a outra que já estava sendo apurada em outro inquérito. “Ninguém pode ser investigado duas vezes pelo mesmo fato”, explica Cezar.

O advogado diz ainda que tudo que aconteceu na operação violam diversos princípios constitucionais, dentre as violações, a de domicilio. “O GARRAS, no dia 16 de outubro, apenas com base em denúncia anônima, invadiu a casa que deu início a toda operação”, lembra.

Cezar diz ainda que alguns dos investigados foram ouvidos sem a presença dos advogados. “Mesmo sabendo que alguns acusados tinham advogados constituídos, o GAECO realizou as oitivas sem a presença ou acompanhamento dos mesmos”, finaliza.

Operação Successione

No dia 5 de dezembro, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), deflagrou a Operação Successione para o cumprimento de 10 mandados de prisão temporária e de 13 mandados de busca e apreensão nas cidades de Campo Grande e Ponta Porã.

Entre os alvos, estão um deputado estadual, quatro assessores parlamentares (entre os quais dois são policiais militares da reserva) e outras oito pessoas vinculadas à organização.

O nome da operação faz alusão à disputa pela sucessão do controle do “jogo do bicho” em Campo Grande, com a suposta chegada de outros grupos que migraram para a Capital segundo o Gaeco.