Campo Grande/MS, 4 de abril de 2025.
Por redação.
Uma descoberta surpreendente que impactou o Judiciário brasileiro ocorreu esta semana: por quase cinquenta anos, um ex-Juiz de Direito, já aposentado do serviço público, após exercer por décadas a magistratura em São Paulo, teve a sua verdadeira identidade revelada. Sim, exatamente o que está lendo. EDWARD ALBERT LANCELOT DODD CANTERBURY CATERHAM WICKFIELD, ou Mr. Lancelot, como era chamado pelos mais íntimos, era na verdade JOSÉ EDUARDO FRANCO DOS REIS.
Até agora, pelo que se sabe da enigmática história, não se logrou apurar as reais intenções do ex-magistrado em trocar o nome, uma vez que não chegou ao conhecimento da polícia qualquer dano à terceiros ou mesmo benefício pessoal decorrente do episódio. O certo é que por décadas, José Eduardo se apresentava como Edward Albert e, nesta condição, submeteu-se às provas para ingresso na magistratura paulista, sendo aprovado. Oficiou, despachou, presidiu audiências e prestou jurisdição por longos anos com o nome inglês, dizendo que era descendente de uma especial linha da nobreza britânica e era neto de um ex-magistrado inglês.
Ouvido pelo O Garantista, o criminalista Ricardo Machado Filho, do escritório MAKSOUD E MACHADO Associados, mostrou toda a sua perplexidade diante do caso ao afirmar para o site que: “Barbaridade, o que é isso, onde estamos, para onde vamos? Quando soube da notícia, confesso que pensei fosse fake news, mas ao constatar a veracidade do episódio, fiquei tão chocado que até agora confesso estar refletindo sobre o inusitado acontecimento, uma vez que se cogitarem anular todos os documentos assinados por Mr.Lancelot, como era conhecido, o Judiciário paulista implodirá pela insegurança jurídica que gerará um caos devastador e incontrolável. Por isso, defendo que os atos sejam validados, até porque não me parece que tenha havido atos de corrupção do magistrado.” Complementando o raciocínio do advogado Ricardo Machado Filho, o professor e advogado Fábio Trad pensa que se invalidarem todas as decisões de José Eduardo, será impossível conter a sensação de absoluta insegurança que atingirá a própria credibilidade do Poder Judiciário.
Sob a ótica da psicologia, o conceituado psicólogo clínico Juliano Santos afirma que “em uma análise superficial, falando em tese, porque não analisei a pessoa, parece-me um caso de transtorno de dissociativo de identidade ou transtorno de múltiplas personalidade, se bem que esta espécie de transtorno é ampla e contém quatro ou mais subgrupos, sendo uma das mais complexas de se tratar no aspecto clínico.”
