Criminalista avalia os impactos das decisões judiciais pós 08 de janeiro

“A história vai provar que muitas dessas pessoas que estão sendo condenadas, que estão com tornozeleiras, são presos totalmente injustos”. Com essas palavras, o advogado criminalista Marco Mejia concluiu sua entrevista para o Jornal A HORA.

O jurista, com três décadas de experiência e autor de 11 livros publicados, fez severas críticas aos atos de agressividade e destruição ocorridos no fatídico 08 de janeiro de 2023: “Não podemos permitir que o STF seja atingido dessa forma”.

Por outro lado, ao analisar as decisões proferidas pelo relator, Min. Alexandre de Moraes, Mejia destacou a influência ideológica nos processos, questionando a imparcialidade da justiça ao analisar os crimes cometidos.

Mejia enfatiza a necessidade de proteger o Estado Democrático de Direito, assegurando decisões justas e imparciais.

De acordo com um relatório elaborado pelo gabinete do Ministro Alexandre de Moraes, mais de 6 mil decisões relacionadas aos eventos de 08 de janeiro foram emitidas. Foram registradas 1.345 denúncias, 30 pessoas foram condenadas com penas de até 17 anos de prisão, e 70 pessoas ainda estavam detidas em dezembro de 2023.

Para o criminalista, os atos de 08 de janeiro têm uma conotação política de direita, sugerindo que as ações foram motivadas politicamente. Mejia levanta a questão de se haveria um tratamento diferente se os eventos fossem protagonizados pela esquerda.

Como advogado de alguns dos réus dos acontecimentos de 08, Mejia defende a aceitação dos acordos de leniência, que incluem o pagamento de multas e penas de prisão domiciliar de 1 a 3 anos, com monitoramento por tornozeleira eletrônica.

“É uma decisão do cliente”, afirma Mejia, citando o ditado: “mais vale um mau acordo do que uma boa demanda”. Ele destaca que optar pelo julgamento pode resultar no risco de condenações superiores a 10 anos de prisão.

 

Fonte: Direito News