Por Redação
Campo Grande/MS, 18 de setembro de 2024.
“Larga de ser mentiroso, Marcelo… Você deu um tiro na boca do meu filho, seu desgraçado…”, com essas palavras, a mãe da vítima Fred Brandão, levantou-se indignada em meio ao interrogatório do acusado Marcelo Rios e expressou toda a sua dor ao se deparar com o suspeito de ter assassinado seu filho. Atônito, o Juiz Aluízio dos Santos determinou a imediata retirada do recinto de Therezinha Brandão, mãe de Fred. A polícia cumpriu a ordem com rigor. O fato foi presenciado pelo advogado, José Marcos Maksoud Júnior, que, atento, acompanhou o andamento dos trabalhos.
Segundo Júnior Maksoud, o impacto emocional da intervenção de uma mãe desesperada em busca de justiça realmente causou profunda sensação de comiseração em todos os que estavam presentes: “Olha, confesso que fiquei surpreso com o súbito gesto do inconformismo maternal. Lembrei-me do pranto coletivo das mães argentinas da ‘Plaza de Mayo’ que, em meio a um oceano de lágrimas dolorosas pela perda de seus filhos, precipitaram o fim da Ditadura em nosso país irmão”.
O caso envolvendo Fred Brandão não é objeto de julgamento do júri, uma vez que o acusado Marcelo Rios está sendo julgado, por ora, pela acusação de ter cometido o crime de homicídio contra Marcel Colombo, estigmatizado pela imprensa como “Playboy da Mansão”. Tão logo se deu o incidente, a defesa do acusado exercida pelo advogado Márcio de Campos Widal requereu a dissolução do Conselho de Sentença sob o argumento de que a manifestação passional de Therezinha Brandão influencia o espírito dos jurados e tem o potencial de desnaturar o devido processo legal, comprometendo a plenitude da defesa e a imparcialidade dos juízes de fato. O Ministério Público rechaçou sob o argumento de que os jurados são inteligentes e poderão diferenciar um caso do outro. O Juiz-Presidente Aluízio Pereira dos Santos acolheu o argumento da acusação. A defesa de Marcelo Rios fez constar o incidente, arguindo a nulidade em momento oportuno e, certamente, dependendo do veredito, suscitará como preliminar a nulidade que, sob a sua ótica, ocorreu. O site O Garantista decidiu não entrevistar outros juristas sobre o incidente, porque o caso está confiado a outro profissional e o julgamento ainda não se definiu.