Campo Grande, 09 de julho de 2024
As irmãs P.S.B e N.S.B que há anos se dedicam integralmente à causa animal por meio da ONG “Guarda Animal” foram presas no último dia 4 de julho de 2024, pela Delegacia de Repressão aos Crimes Ambientais de Campo Grande/MS, sob uma suposta acusação de maus tratos.
A prisão de imediato gerou uma grande comoção nas mídias sociais e nos veículos de imprensa, tendo em vista que o trabalho das irmãs é amplamente reconhecido pela comunidade.
Como a prisão foi realizada no final da tarde de quinta-feira (04), a audiência de custódia foi designada tão somente para o sábado (06).
Em razão disso, foi protocolado pelo advogado Eduardo Correia Pracz ainda na noite de quinta-feira, pedido de liberdade provisória, em favor delas, após o trâmite burocrático e com parecer favorável do Ministério Público, o juízo do Plantão Criminal de Campo Grande/MS, Dr. Alexandre Ito, concedeu a liberdade provisória às autuadas ainda na noite de sexta-feira.
Em nota, por meio do Instagram, o Instituto Guarda Animal manifestou sua profunda indignação com a prisão realizada. “Em 10 anos na causa animal, jamais pensaríamos passar por uma situação tão maldosa e cruel dessa forma. Três pessoas que se dedicam integralmente a vida, 24 hrs por dia, sozinhas, para cuidar, alimentar, medicar 224 bichinhos, da forma que conseguimos fazer, com amor, carinho e dedicação. Dormir no chão de uma cela fria, suja, sem banho, sem comer, sem água, sem reclamar, só chorar, sentindo somente uma dor imensa no peito da injustiça. Pagando por um crime do qual NUNCA cometemos. 6 meses respondendo o MP, CCZ, Vigilância Sanitária, cumprindo corretamente exigências que pediram, não podendo fazer muito mais por falta de condições financeiras e eles concedendo prazos para nos adequar e melhorar. Fazendo reuniões, correndo atrás de parcerias para dar o melhor para nossos bichinhos. Aparecer apontando dedo que tudo está errado é muito mais fácil, não vendo tudo que já estávamos fazendo e tentando”, dizia a postagem.
O advogado Eduardo Correia Pracz disse que era absolutamente impossível, em termos processuais, a manutenção da prisão das irmãs, já que o suposto estado flagrancial era amplamente questionável. “Ainda que o Judiciário tenha sido célere na análise do pedido defensivo, não posso dizer que houve justiça, essas mulheres jamais deveriam ter passado um único segundo nas carceragens da 2ª DP de Campo Grande/MS, que inclusive dificultou o acesso da defesa às suas constituintes”, finaliza Pracz.