Mãe e madrasta são condenadas a mais de 50 anos de prisão por morte de criança

Campo Grande, 08 de abril de 2024

Foram condenadas por tortura, homicídio qualificado e ocultação de cadáver

A mãe de Miguel dos Santos Rodrigues, Yasmin Vaz dos Santos Rodrigues, e sua então companheira, Bruna Nathiele Porto da Rosa, foram condenadas a mais de 50 anos de prisão pela morte do menino, na noite desta sexta-feira (5), no Salão do Júri do Foro de Tramandaí (RS).

Os crimes pelos quais foram condenadas incluem tortura, homicídio qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima) e ocultação de cadáver. Yasmin recebeu uma sentença de 57 anos, 1 mês e 10 dias, enquanto Bruna foi condenada a 51 anos, 1 mês e 20 dias, ambos em regime fechado.

Em seu depoimento, Yasmin, atualmente com 28 anos, admitiu ter agredido violentamente o menino e, no dia seguinte, dado uma dose excessiva de remédios que resultou em sua morte. Ela também acusou Bruna de agressão e se descreveu como um “monstro” por não ter tomado nenhuma atitude para impedir os abusos.

Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Miguel foi morto entre os dias 26 e 29 de julho de 2021 pelo casal. A morte teria sido causada por uma série de abusos físicos, insuficiência de alimentação, administração de medicamentos inadequados e negligência médica.

O corpo do menino foi supostamente colocado dentro de uma mala de viagem e jogado no Rio Tramandaí, onde nunca foi encontrado. O motivo do assassinato, segundo a promotoria, era o fato de Miguel atrapalhar o relacionamento entre Yasmin e Bruna.

Durante os dias que antecederam o crime, o menino teria sido submetido a tortura física e mental, incluindo ser mantido acorrentado em um guarda-roupas por longos períodos e forçado a escrever frases depreciativas contra si mesmo.

O caso chocou o país e serviu como um alerta para a brutalidade dos crimes cometidos contra crianças. A sentença proferida contra Yasmin e Bruna busca fazer justiça pela morte de Miguel e servir como um exemplo do rigor da lei contra tais atrocidades.

 

Fonte: CNN

Foto: Divulgação TJ-RS